uma vez um homem pobre, sem dinheiro ou família, desejou que no mínimo fosse reconhecido pelas suas obras. este homem trabalhava de dia e de noite. construía casas. quando ele comprava a madeira, avisava ao seu superior que ele iria se esforçar. quando ele preparava o cimento, ele avisava ao seu superior que estava fazendo um ótimo trabalho e que a massa ficaria perfeitamente consistente. quando ele conseguia os tijolos, conversava com seu superior o quão fora difícil achá-los e teve que os escolher a dedo para construir alinhadamente as paredes. esse homem via a necessidade de dizer seus feitos, porque não sentia que era reconhecido. e quando era, não era do jeito que ele desejava. de tanto trabalhar, esse homem acabou perdendo seus destaques. as mãos cansaram. o corpo não é o mesmo. não conseguia os melhores tijolos, madeiras e preparação de massas corridas. não havia muito o que se fazer. o homem então chegou a reclamar com seu superior, avisando que ele não estava sendo valorizado naquele lugar. pobre homem não reconhecia que o tempo nos fere. a vontade de ser amado, gostado, querido, visualizado, atendido. compreendido. vontades do nosso ego. mesmo quando tal coisa é de nosso direito. mesmo quando nós somos bobos o bastante para acharmos que esse é o nosso direito. mas o ego ainda sim sabe nos enganar e nos cega para aquilo que de fato devemos mudar em vida. a vontade de sermos lembrados, talvez. 

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