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Mostrando postagens de junho, 2013

Bruta

Desejando uma pele que não se toca, um olho que não se enxerga, uma tragédia que se desintegra, uma moral que não é muito bem estabelecida. Pelo tédio ou pelo medo, no meio-fio, cambaleando, sambando em cima da tua carne. Desnudando teu corpo poético, me jogando por cima de tuas palavras cruas. Entendendo o teu complexo, e você o inverso. Escrevendo na tua parede desafios impossíveis. Apontando uma arma para a tua ironia. Glorificando tua submissão. Acarinhando tua força.  E na contradição você se encontra. Eu estarei lá com uma faca ou uma flor na mão. Tome nota.
jogarei fora a fórmula nada secreta dos homens. a infantilidade nos assuntos mais densos, a seriedade presente na brincadeira, na jogatina, na putaria. não acho que a putaria deva ser levada a sério. não acho que a frustração deva ser levada na brincadeira. assim como eu posso dizer que, os meus achismos não podem ser respeitados. não são afirmações. são dados empíricos. uma pequena vivência, após dias tentando entender o que se passa na cabeça. tô jogando a fórmula mais simples de ter algo. o simplesmente querer. uma fuligem na cara para todo o cinismo que existe em mim. até porque, levei muito a sério isso. essa coisa de me parecer certa, de querer ter certeza. tudo é brincadeira. esse cenário vai ser desconstruído conforme o tempo passar, e o que sobrará? nem o peso, nem a leveza. nem a verdade, nem a mentira. nem a frustração, tampouco a putaria. nem a boca, nem a fala. tudo que se constrói a partir de seu complemento, será apagado de nossas memórias. até quando o próprio compartim

Pra não dizer que não falei das flores..

 minha intenção nunca foi me calar. As opiniões são construídas sim, de boca em boca, de livros em livros, é a minha bagagem. São os pequenos diálogos do meu cotidiano, é a minha avó reclamando do preço do arroz, é a minha mãe se apertando no aluguel mensalmente. É o professor andando de ônibus, cheio de cadernos na mão, com um olhar cansado, sem forças. É o silêncio perturbador de um ônibus lotado. Se trata daquilo sim, que eu vejo na televisão. Ás vezes é só deixar a tv no mute e apreciar as imagens, para se obter uma aproximação dessa realidade triste. É chegar em casa, depois de um dia no colégio, e ver que milhares de pessoas estão na rua. O real motivo - bem, eu sozinha não poderei saber.- Sei aquele motivo nobre. Aquele motivo que faz perder o sono, se bem que o gigante acordou. Acordou atordoado, querendo levantar sem olhar para os próprios pés. Razão. Consciência. Deixemos a euforia de sermos apenas brasileiros em luta um pouco de lado, usemos nossas cabeças. Que tenhamos a

oralidade

não dá pra dizer muita coisa, amor. um barulho entumece meu corpo, mas rapidamente amoleço, quando a boca aproxima. e no silêncio bem falado, sinto a sincronia , e no balbuciar da língua, nas risadas eu estremeço. nas mãos calejadas , no suor em gotinhas, no olhar colorido, minha moral é dilacerada. na personalidade invadida , teu corpo se dispara na malemolência de sua dureza, estou bem ali,  te invado. me convide.

flores queimam

aquilo que toca minha alma é o que me arrebata me nocauteia, me arde num súbito desejo de renascer as cinzas das cinzas, não restou nada. eu não sei se respiro não sei se falo mas me condeno sempre sou réu confesso das minhas expectativas, ansiedades e declarações pois me declararei uma pena bailando no ar sem um par pairando no chão sem razão já não há questão para se discutir nas minhas mãos flores queimam, a vida se deixa sumir.