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Mostrando postagens de julho, 2013

Tango pra uma

A menina não quis entender. Não revidou, não gritou nem abafou o suspiro. Gotejando o suor, os passos largos, vívidos, árduos. Pés pequenos. Toda pequena. Compacta em seus delírios. É só mais uma rua, são apenas pessoas. Ela caminha com faíscas e seu olhar corta. Possui tranquilidade, pouca intelectualidade, medíocre em sua insensatez. Ela é tão sozinha, precisa da sua companhia. Precisa parar o trânsito. Amarrar numa corda todos os velhos que a sexualizam com o olhar, a boca baforenta, as mãos estranhas. Não toquem nela, seus brutos! Ela vai parar o trânsito e subir em cima dos carros, e seus pés -ah,estes farão estragos- nervosa está. A fúria de uma menina, endeusada por ela mesma. Quem a endeusou? A solidão. Em cima dos carros, ela dançará.