Postagens

Mostrando postagens de março, 2013

Dignidade em Conserva

Tudo é de graça, até a vontade de reivindicar. Faço de Pedro Bala, Lampião, ou qualquer outro os meus nobres guerreiros. Que me darão canivetes para cortar a língua e os segredos dessa gente tão bem vivida. Meu chefe comprou o carro do ano com o dinheiro do meu suor. Meu suor fez a festa de high society, mas nem me convidaram prum chá com a rainha. Mas ainda esperam que eu lamba o saco de gente encarregada a me dar gorjeta pra ser alguém na pirâmide social. Impressionante como preciso não só de palavras. Dignidade é tudo.

eu não era nada, só um mero tolo a me enganar

 Mais uma dessas e meu corpo não aguenta. Me debatendo em pensamentos, numa sensação de estar enclausurada no meio do mundo. Bem no meio. No Epicentro das ideias comuns, das ideologias baratas, de um mistério meio fraco mas bem mantido pelo Estado. Eu sou o quê para eles? Uma amedrontada ou um  futuro trabalhador assalariado pela desigualdade. Ceifando a  vida depois de alcançar o resultado da felicidade de margarina. Acho isso um barato..  e estou no  meio do achismo, e no meio de um bando de gente tão perdida quanto eu, mas que sabem fingir muito bem. São sábios. Homens de lábia forte, um sistema eterno. E eu percorro numa encruzilhada, a margem desse cenário manipulador. Me tirem da margem, me ponham no meio da cachorrada. Quem sabe eu viro líder da matilha...

terra de ninguém

Você arrumou as malas para um lugar de difícil acesso. Olhou a primeira foto e já se sentiu o rei dessa terra distante. Uma terra que parece mágica, misteriosa e convidativa, um pouquinho de bebida, tu vira um cometa. A sua rapidez rasga o céu do meu corpo. Eu desço, abaixo, colho flores. Vamos fazer nossa casinha, plantar uma caixa do correio no quintal, quem sabe o povo de lá se lembre da gente. Vidinha pacata nossas brisas nos deu, hein amor? Isso é o céu na terra. Deve ter imaginado tudo isso enquanto olhava a foto que continha a paisagem dessa terra que se mudaste. Tudo lindo, tudo meio irreal. Tudo pela metade. Os seus sonhos e os meus. Vamos viver por aqui.

Eu sou o caso dela..

 A mãe queria  "Euza Marta", o padre decidiu  "Maria Euza". Eita mulher difícil! É uma rapadura furtada no meio dos estoques dos holandeses, que tomavam de nossa culinária colonial, fruto de suas riquezas nas Antilhas. Rapadura rara, autêntica. Ou então, Compararei ela com uma pimenta do agreste, que  nem mexicano resiste! Nunca soube de nenhum romance dela com latinos, mas não tinha jeito. Personalidade forte, assim é vovó. Eu nunca sei como entendê-la, não é tão complacente como as vovós de meus amigos, ela ainda tem a brasa de uma pessoa revolucionária , um leoa em jaula. Tem lá seus mal-dizeres. Ás vezes se saboreia com agouros, uma fofoca de um povo meio distante, meio alheio à ela. O outro lado da família. Minha vó se distanciou e não foi creio que seja uma resposta à suas posturas do passado. Se distanciou pela velhice. E de velha, ela tem tudo dobrado. Reclama da comida, se importa se eu comi ou não, reclama da comida, fala muito, ri mais ainda, tendo

a volta

falta alguma coisa, pra adoçar esse coração meio desrregulado pelo tempo meio amargo , meio sem senso preciso me redimir deixar essa arrogância mínima esse medo de ser um manifesto do amor uma refém de um assalto proposital um profundo sentimento de entrega isso, me entregar. quero me entregar a todas as coisas que me fazer me sentir mais real, mais translúcida e humana ser maior do que meus próprios desafios entre voar e acordar, me alforriar da rotina. quero alguém que me dê um ar para respirar, um pão para comer, um papel para desenhar desvendar, ser gente. inocente ou não, burra ou não depois de tudo, ainda ter fome, de amar, alegrar e me gozar do infortúnio de estar viva. e de estar tentando aproveitar o viver querendo estar bela, mesmo me agindo "feiamente" pois nem todas as regras fazem de nós homens perfeitos. arriscar um pouco mais, esboçar um sorriso ao dormir ver no amanhecer um motivo para fazer dele um rabisco real. amar. o corpo, a men