resgate

mas que droga
mas que droga
MAIS que droga!

o sol está brilhando como nunca.
a semana toda choveu, e eu fui,
caminhei, obedeci o tempo.
e não consegui nada além das frustrações,
bem fracionadas e constantes.
a alegria não se encaixa em mim.
o sol é grande demais. é lindo em demasia.
e a tristeza, tão minimalista, se ajeita e não quer mais ir embora.
não quer caminhar. não quer se libertar.
a solidão faz meu café, enquanto a tristeza assa o pão.
e na mesa posta, há um bucado de um sonhos,
de simplicidades não atingidas. de rancores mal resolvidos,
de sortes escondidas. tudo juntinho, agrupado, ocupando pouco
espaço.
o sol briga com a cortina. tenta rasgá-la, tenta me resgatar.
as nuvens se estacionam na minha janela, o vento quer me carregar.
a natureza quer me sequestrar da realidade.
o dia lindo quer me tirar da amargura.
o tempo passa e eu me sento. tudo que me é posto naquela mesa
se expande. toma minha mão. e não me deixa sair.
as luzes artificiais estão acesas. é o meu deslize.
as paredes brancas disputam o brilho natural e o brilho elétrico.
e eu olho aquilo, com a tristeza já do meu lado. e choro. porque nunca havia entendido
como é belo a dualidade da vida. as dores..tão expostas em mim.
e eu não quero largar nada. quero levar tudo comigo. mas não posso.

preciso ouvir uma voz que não seja a minha.
e o dia ensolarado se passa.
e o dia ensolarado se acaba.
e eu não me caibo em lágrimas.

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