mulher surrealizada

uma merda de lugar
para se habituar a conviver
um coração meio vulgar
meio sem vontade de viver
não é resolução, doutor
doutor, eu não me engano
por que o domingo não chega
por que os problemas não cessam
por que a hora acaba
acaba a facilidade de estar conectada
ao amor de uma mãe problemática
ao amor de uma avó , avó
para que viver assim
para qual propósito
há pastor para me dizer?
essa vida estupefata de prazeres condecorosos
eu não faço questão de viver
eu não faço questão de fazer
o mesmo que eu faria antes
mas o meu já morreu faz tempo
e um dia caberei a viajar
largar tudo e ir navegar
esse mundo errante me fará pirar
se já pirei, eu não sei
só estou muito bem disfarçada
na putrefação de minha carne blindada
cheia de amores, horrores e dores
a dor dos outros me é válida
mas não aprecio a ponto de me esparramar no chão
eu não pareço
eu não pareço
mas eu sinto
e o mundo não sabe o que é isso
eu preciso sair desse mundo,
ser o ser mais próximo da possível inteligencia superior
me despir de versos podres
me encaldar em águas profundas
águas de minha mente tão insana
me carreguem
me carreguem até eu nascer
sou pura, sou menina
não sou ninguém, sou gente fina.

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