A mulher.



"Eu queria tê-lo agora. Queria desfrutar dessa alma impiedosa e excitante, queria demonstrar minha podre redenção na sua presença.E o meu imensurável desejo. "

Eis uma mulher que peregrina incessantemente por prazer. Quem tem prazer , tem força.

Essa mulher que cava nos seus dias qualquer coisa que desperte nela o prazer pela vida.
Alimentando o espírito, alimenta-se a carne ; e o juízo - este fica para os frígidos.
Se sente tão fraca como um pobre diabo sedento, que almeja muita coisa nesse mundo.
Ela sabe que é assim, ela sabe que nunca teve amor. Passou a vida toda amadurecendo a mente. Todos nós sabemos - uma fruta madura demais acaba aprodrecendo cedo.
Vive todos os dias iguais. Sem surpresas. Seus "amores" são breves e de intervalo longo.
O que ela quer ?
Um  homem . Feito de pecados , loucuras e desejos. Um Calígula qualquer, que tropeçasse na sua vida e fizesse ela tropeçar na dele também. Indecentemente doce.
O homem que  em sua personalidade, tivesse esses trejeitos, a mulher se apaixonaria. Era seu fardo. Aos poucos, ela acabará inventando um homem só para ela. Sem o conhecer.
Ansia por sussurros, por pernas, por músculos, cabelos, barba, membro, amor. O sonho não acabaria ao abrir os olhos, ela ainda saciaria-se em sua paixão .
Podemos chamar tudo isso de insanidade; Podemos ser sutis e declarar como carência. Mas a carência soa-se tão... A carência é o fermento da ilusão.Com feições neutras, gestos comuns e olhar de figurante,assim, podemos concluir o estado físico-psíquico-social desta mulher anônima.

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