childish affair - uma pseudo-prosa

por que eu quis observar tanto?
não estava de bom tamanho olhar descompromissada?
cada detalhe,
um olhar brando, distante
ele me olhou, mas não estava ali
eu andei atrás dele, naquela avenida
uma camisa vermelha, uma calça bege
uma mochila caída no ombro,
barba feita.

entre pessoas, verbos e ruas
entramos na livraria, por coincidência .
Porém, eu o perdi de vista. Belo infortúnio!
Mas tudo bem; Era o óbvio ali, e minha implicância
em conhecer o atraente desconhecido seria aniquilada.

me sentei em um canto, e preferi ler um trecho do primeiro livro
que peguei, na primeira prateleira que me deparei.
Eu estava um pouco frustrada.
Ficaria estagnada por uns minutos, pensando nas mil e uma possibilidades
de conhecer aquele moço de verdade.

Mas logo me levantei, para ir ao toillette 
passos longos, fitando tudo ao meu redor
e eis que encontro,
ó grande poderosa coincidência, de codinome Destino!
ele estava sentado, sozinho, no bar da livraria
tomando coca com seu tablet.
Que coisa.
~
Ele não olhou;
Eu sou só uma estranha.
Um último gole de Coca;
Pague a conta ,
pegue suas coisas,
Vá ser apaixonante em outra livraria!

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